Ainda essa semana eu me deparei
com a imagem acima, no facebook, e me pus a perguntar do que o justo deveria
ser ainda salvo. À luz das Escrituras, justos são todos aqueles que “sendo
justificados gratuitamente pela sua graça [de Deus], mediante a redenção que há
em Cristo Jesus” (Rm 3.24), têm “paz com Deus” (Rm 5.1). Como sacrifício para
propiciação, ou seja, como sacrifício que desviava a ira divina, removendo o
pecado, Deus ofereceu Jesus, para por meio de seu sangue, demonstrar a sua
justiça (Rm 3.25). Portanto o justo tem plena paz com Deus. Não há mais dívida.
Não há condenação. Mas ainda assim, o salmista declara haver necessidade de
salvação por parte do justo.
Gênesis 2.7 diz: “E formou o
Senhor Deus o homem do pó da terra, e soprou-lhe nas narinas o fôlego de vida;
e o homem tornou-se alma vivente”. Obviamente o texto é uma figura, à
semelhança do trabalho do oleiro, para demonstrar que o homem não é um ser
preexistente. Ele é da Terra, criado por Deus exatamente como toda a criação.
Mas o homem tornou-se ser vivente, ou alma vivente, quando o Senhor soprou nele
o fôlego de vida. Ou seja, é a unidade do corpo físico com um cerne pessoal e
imaterial que faz do homem alma vivente. Nós somos, portanto, o ser vivente que
além do corpo tem essa essência imaterial e pessoal que ora é identificada pela
palavra espírito, ora pelo próprio termo alma. Esta, na verdade, é a sede de
todas as coisas. Boas ou más. Não é à toa que o sábio ensinou: “Acima de tudo,
guarde o seu coração, pois dele depende toda a sua vida” Pv 4.23. Quando Davi,
então, dizia que o justo dependia da salvação do Senhor, ele refletia sobre a
necessidade do justo de ser salvo de si mesmo. Porque o salmista sabia que no
interior de cada homem habita uma fonte, da qual pode brotar desejos, amor,
ambição, ódio, criatividade, medo, egoísmo, compaixão, confusão. A alma humana
é a sede de todas as coisas, boas ou más. Mas Davi decidiu, a exemplo do que
Paulo disse aos Filipenses 2.12, desenvolver sua salvação a partir de duas
maneiras. A primeira, vemos em Salmos 38.9: “Na tua presença, Senhor, estão os
meus desejos todos, e a minha ansiedade não te é oculta”. Davi cumpria, como
uma disciplina, uma atitude corriqueira, a ação de expor seus desejos, suas
emoções, suas confusões, tudo, absolutamente, ao Senhor. Ele decidia não se
esconder. Ele confiava no caráter do Senhor, e se expunha, não deixando nada
oculto diante de Deus. Em segundo lugar, Davi fazia um conclame a si mesmo,
dizendo: “Bendize, ó minha alma, ao
Senhor, e não te esqueças de nenhum dos seus benefícios” Sl 103.2. No verso
primeiro deste mesmo salmo, ele disse “tudo
que há em mim bendiga o seu santo nome”. Davi admoestava o seu próprio
coração a voltar-se para Deus, a canalizar todas as suas forças ao louvor do
nome do Senhor. E se para isso ele precisasse de motivação, então que se não
esquecesse de nenhum de seus benefícios,
os quais são:
Salmos 103:
3 É ele quem perdoa todas as tuas iniquidades, quem
sara todas as tuas enfermidades,
4 quem redime a tua vida da cova, quem te coroa de benignidade e de misericórdia,
5 quem te supre de todo o bem, de sorte que a tua mocidade se renova como a da águia.
6 O Senhor executa atos de justiça, e juízo a favor de todos os oprimidos.
7 Fez notórios os seus caminhos a Moisés, e os seus feitos aos filhos de Israel.
8 Compassivo e misericordioso é o Senhor; tardio em irar-se e grande em benignidade.
9 Não repreenderá perpetuamente, nem para sempre conservará a sua ira.
10 Não nos trata segundo os nossos pecados, nem nos retribui segundo as nossas iniquidades.
11 Pois quanto o céu está elevado acima da terra, assim é grande a sua benignidade para com os que o temem.
12 Quanto o oriente está longe do ocidente, tanto tem ele afastado de nós as nossas transgressões.
13 Como um pai se compadece de seus filhos, assim o Senhor se compadece daqueles que o temem.
4 quem redime a tua vida da cova, quem te coroa de benignidade e de misericórdia,
5 quem te supre de todo o bem, de sorte que a tua mocidade se renova como a da águia.
6 O Senhor executa atos de justiça, e juízo a favor de todos os oprimidos.
7 Fez notórios os seus caminhos a Moisés, e os seus feitos aos filhos de Israel.
8 Compassivo e misericordioso é o Senhor; tardio em irar-se e grande em benignidade.
9 Não repreenderá perpetuamente, nem para sempre conservará a sua ira.
10 Não nos trata segundo os nossos pecados, nem nos retribui segundo as nossas iniquidades.
11 Pois quanto o céu está elevado acima da terra, assim é grande a sua benignidade para com os que o temem.
12 Quanto o oriente está longe do ocidente, tanto tem ele afastado de nós as nossas transgressões.
13 Como um pai se compadece de seus filhos, assim o Senhor se compadece daqueles que o temem.
Portanto vamos bendizer ao Senhor
em todo tempo. Aprendendo com Davi, digamos bendize, ó minha alma, ao Senhor,
todo o meu ser louve o seu santo nome, porque o Senhor só me tem feito bem.
Voltemo-nos para o Senhor a cada dia. Efetuemos a nossa salvação, apresentando
todos os dias as nossas ansiedades e os nossos desejos ao Senhor, mesmo aqueles
mais escusos. Relembremo-nos de seus maravilhosos feitos por nós. Porque ele
nos tomou de volta pra si mesmo, e nos fez seu. Seus filhos amados, dos quais
ele se compadecerá sempre. Bendizei ao Senhor, e não se esqueça de nenhum só de
seus benefícios.