terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

A prática do/para o crescimento

“Ele, Jesus, nos dias da sua carne, tendo oferecido, com forte clamor e lágrimas, orações e súplicas a quem o podia livrar da morte, e tendo sido ouvido por causa da sua piedade, embora sendo Filho, aprendeu a obediência pelas coisas que sofreu e, tendo sido aperfeiçoado, tornou-se o Autor da Salvação eterna para todos os que lhe obedecem.” Hb 5.7-9

Embora devamos viver com a consciência de que a nossa caminhada aqui, enquanto servos do Reino de Cristo, é mais importante do que o ponto de chegada, não podemos perder jamais o foco do propósito maior do nosso chamado, sob pena de invalidarmos todo o progresso ora alcançado, no processo da caminhada. Jesus, segundo o escritor aos hebreus, tornou-se o Autor da Salvação eterna para todos os que lhe obedecem por ter sido aperfeiçoado por meio de tudo que sofreu, ou passou, no processo de sua caminhada. O processo o aperfeiçoou, o amadureceu, para o cumprimento do seu chamado, a nossa salvação.

“sendo por Deus chamado sumo sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque.” Hb 5.10

O escritor da carta aos hebreus continua este quinto capítulo, e segue pelo sexto, advertindo os crentes sobre a necessidade da maturidade cristã, da continuidade do processo de crescimento na experiência na palavra da justiça. Mas um ponto muito importante é salientado no verso quatorze:

“Mas o alimento sólido é para os adultos, para aqueles que, pela prática, tem as suas faculdades exercitadas para discernir não somente o bem, mas também o mal.” Hb 5.14

O texto esclarece que o exercício de nossas faculdades para o discernimento do bem e do mal, é resultado direto de nossa prática na vida, conforme o que já havemos aprendido. Ou seja, o nosso crescimento está estreitamente ligado ao exercício prático do que já sabemos. O que significa dizer que a nossa parte no processo de santificação promovida por Deus em nós, ou na aquisição de autoridade, de poder, ou ainda, no crescimento em amor e piedade cristã, é a prática, é o exercício, é o serviço fundamentado na fé simples (6.1-3).
O escritor enfatiza ainda mais a fundamental importância do crescimento constante em maturidade cristã nos versos posteriores:

“É impossível, pois, que aqueles que uma vez foram iluminados e provaram o dom celestial e se tornaram participantes do Espírito Santo, e provaram a boa palavra de Deus e os poderes do mundo vindouro, e caíram, sim, é impossível outra vez renová-los para arrependimento, visto que de novo estão crucificando para si mesmos o Filho de Deus, e expondo-o à desonra.” Hb 6.4-6

É óbvio que este texto não está falando de salvação, senão teríamos de afirmar que o crente que perdesse a salvação jamais poderia tornar a ser salvo (“é impossível outra vez renová-los para arrependimento”). Mas de acordo com todo o contexto, o escritor da carta, falando a convertidos, chama a atenção para o risco de se pôr a perder todo um processo de maturidade, ao parar no caminho, posto que o desenvolvimento da fé dependa da prática dela. Sem o exercício da fé, o cristão estagnado jamais poderá ser restaurado, ou renovado ao arrependimento de sua omissão ao processo de seu próprio crescimento e maturidade, uma vez que é a prática da fé que resultará em fé. Assim como é o amor prático que resultará em mais amor. E a prática de serviço relevante ao Reino que resultará no crescimento de uma vida de poder.

“Mas de vós, ó amados, esperamos coisas melhores, e que acompanham a salvação, (...).” Hb 6.9

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