terça-feira, 29 de setembro de 2009

Trocando o jugo

Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve. Mateus 11.28-30

A todo crente no Senhor Jesus, há um convite, e um desafio, neste texto de Mateus. Embora seja comumente usado apenas como um convite às pessoas para descansarem em Cristo, de todas as suas lutas, o que está correto, este texto traz também o maior desafio de Jesus aos seus seguidores. “Líderes, liderados, discípulos, discipuladores, pastores, ovelhas, vocês estão cansados? Tenho a condição para o alívio que vocês precisam... Troquem os seus jugos. Tomem o meu!”

Quando a adoradora indigna ungiu a Jesus com seu bálsamo valioso, mesmo já estando os seus discípulos há tanto tempo com o mestre, aspectos de suas naturezas antigas emergiram em protestos contra o desperdício, contra o misticismo, contra a “infantilidade” da intrusa... mas a paciência do mestre ainda os conservou por perto, de modo que eles não perdessem a chance de aprender ao serem influenciados por sua misericórdia e simplicidade; Jesus sabia quem eram os seus discípulos, e eles bem sabiam quem era o mestre do grupo, mas ainda assim, Jesus se portava como um igual entre eles, ao ponto de precisar ser identificado por um beijo, na ocasião da traição; ao traidor, continuava chamando de amigo... e não porque isso seria o politicamente correto, mas porque era assim que o seu amor o condicionava a continuar vendo-o, embora este não o tratasse como tal; de fato, a postura na vida, de Jesus, parece surreal, ilógica, contraditória aos fatos, em sua abundante e graciosa perseverança em misericórdia... mas talvez seja esse o significado de: “contudo, seja feita a Tua vontade, não a minha”, ou: “Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração”.

O jugo do Senhor não é o jugo da folga, da "maré mansa", ou mesmo da desistência e do descaso. É o jugo da dedicação, do esforço, da negação de si mesmo, da perseverança, da cruz que se toma dia-a-dia, da morte que se morre para achar a vida. Com certeza, esse não é o jugo que parecerá ser o mais fácil de carregar, mas certamente, é o único efetivamente eficaz para o que deseja o mesmo fim do mestre dos mestres.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Avivamento! Queremos mesmo???

“Passe muito tempo, diariamente pela manhã e à noite, em oração e comunhão direta com Deus. Não há conhecimento que compense a perda dessa comunhão. Se falhares nisto te enfraquecerás e serás como qualquer outro homem.” Charles G. Finney

Tenho pensado um pouco sobre o significado de avivamento, nestes últimos dias. Cresci ouvindo falar sobre avivamento... campanhas de oração, congressos, etc., tudo com a finalidade de recebermos avivamento da parte de Deus! Geralmente a história sempre se repetiu... tínhamos eventos maravilhosos, muita gente chorava muito, e dançava no poder, era "batizada no Espírito Santo", muitas profecias eram dadas e recebidas, geralmente com a promessa de um novo tempo de Deus para aquela igreja local, ou cidade, para determinada família, etc. Porém, a grande verdade é que depois das festividades, a vida continuava exatamente como era antes delas. E assim seguíamos. Vivendo de evento a evento. Sempre na esperança de recebermos um avivamento que desceria milagrosa e repentinamente, transformando tudo como num passe de mágica.
Finney (1792-1875) foi um dos maiores avivalistas da história da Igreja. Sua vida e a frase acima citada parecem nos arremeter em uma direção diferente - embora não seja nada nova - de busca por avivamento. Faço coro com os que não acreditam que oração pode mudar o coração de Deus. Não! Definitivamente, não! Acreditar nisso é ver Deus a partir de quem nós somos. E Deus não é como o homem. Mas “oração e comunhão direta com Deus”, o que também inclui a meditação na sua Palavra, é o modo de mudar o nosso coração em relação ao coração de Deus.

“Eu é que sei que pensamentos tenho a vosso respeito, diz o Senhor; pensamentos de paz, e não de mal, para vos dar um futuro e uma esperança. Então me invocareis, passareis a orar a mim, e eu vos ouvirei. Buscar-me-eis, e me achareis quando me buscardes de todo o vosso coração. Serei achado de vós, diz o Senhor, e farei mudar a vossa sorte;”. Jr 29.11-14a

Não é o coração de Deus que se desvia do bem. Não é o coração dele que precisa ser convencido à prática da misericórdia, do perdão, da humildade, do socorro aos necessitados, da fidelidade e do amor incondicional. Não! É o nosso coração! Mas essa mudança só acontece em nós quando recebemos essa injeção de vida, de caráter de Deus. A prescrição dessa injeção foi dada mesmo antes da queda do homem. Em Gênesis 2.9 é ressaltado a criação de todas as árvores agradáveis à vista e boas para alimento, além de outras duas, a árvore da vida, no meio do jardim, e a árvore do conhecimento do bem e do mal. Nos versículos 16 e 17 do mesmo capítulo é registrada a ordenança de que não se comesse da árvore do conhecimento do bem e mal, apenas dela. Sempre foi propósito de Deus que o homem fizesse uso do fruto da árvore da vida, e todos os dias, o Senhor, pessoalmente, descia pra servir o homem com este banquete: “E, ouvindo a voz do Senhor Deus, que passeava no jardim à tardinha, esconderam-se o homem e sua mulher da presença do Senhor Deus, entre as árvores do jardim. Gn 3.8. O Senhor descia e vinha ter comunhão com o homem. Ele sempre fez questão de imprimir no homem os seus pensamentos e seu caráter. E mesmo quando o homem decidiu se esconder e se perder de Deus, ele manifestou sua disposição em se fazer homem, para reconciliá-lo consigo mesmo, por meio de Jesus (Gn 3.15).

Penso que não temos recebido porque temos pedido mal. Sempre foi propósito de Deus que estivéssemos impregnados com a sua vida. E estar impregnado da vida de Deus não é apenas ter incríveis experiências eventuais, mas é viver com Deus, é andar com Deus, é amar com o seu amor, mesmo em casa, depois do culto, ou no trabalho, longe dos “irmãos”. Ser avivado é desejar a sua presença, a ponte de independente de sentimentos, escolhermos buscá-lo toda tardinha, pela consciência de que não existe nada que nos faça mais vivos e vivificados que a sua presença, a sua comunhão... a única coisa que pode mudar o nosso pensar, o nosso agir, e consequentemente, toda a atmosfera espiritual ao nosso redor e ao redor de quem amamos, de modo a termos nós, nossas famílias, nossa nação, e as demais nações tocadas por nós, um presente e um futuro de vida, esperança e paz.