Considero que os nossos sofrimentos
atuais não podem ser comparados com a glória que em nós será revelada. A
natureza criada aguarda, com grande expectativa, que os filhos de Deus sejam
revelados. Pois ela foi submetida à inutilidade, não pela sua própria escolha,
mas por causa vontade daquele que a sujeitou, na esperança de que a própria
natureza criada será liberta da escravidão da decadência em que se encontra,
recebendo a gloriosa liberdade dos filhos de Deus.
Sabemos que toda a natureza
criada geme até agora, como em dores de parto. E não só isso, mas nós mesmos,
que temos os primeiros frutos do EspÃrito, gememos interiormente, esperando
ansiosamente nossa adoção como filhos, a redenção do nosso corpo. Pois nessa
esperança fomos salvos. Mas, esperança que se vê não é esperança. Quem espera
por aquilo que está vendo? Mas se esperamos o que ainda não vemos, aguardamo-lo
pacientemente.
Da mesma forma o EspÃrito nos
ajuda na fraqueza, pois não sabemos como orar, mas o próprio EspÃrito intercede
por nós com gemidos inexprimÃveis. E aquele que sonda os corações conhece a
intenção do EspÃrito, porque o EspÃrito intercede pelos santos de acordo com a
vontade de Deus. Rm 8.18-27
“A
natureza criada geme como em dores de parto”. É essa a expressão utilizada
pelo apóstolo Paulo para figurar o estado da natureza. As palavras de Paulo
nunca foram tão atuais quanto são hoje. A criação chora por meio das várias
catástrofes naturais, terremotos, degelos, tsunamis, além das várias doenças
modernas. Os especialistas declaram que nunca o Ãndice de câncer foi tão alto,
inclusive em crianças. Além de outras doenças transmitidas por insetos ou por
meio de relações sexuais. O santo foi profanado. A natureza foi submetida por
nós mesmos – “Os mais altos céus pertencem
ao Senhor, mas a terra ele a confiou aos [filhos dos] homens.” Sl 115.6 – a
um estado de escravidão de decadência. E ela chora, aguarda ardentemente que os
filhos de Deus sejam revelados. Pois a exemplo do que disse Paulo no capÃtulo
doze, verso dois da carta aos Romanos, a natureza também não se “conforma” com
este mundo, com esta ordem decadente das coisas. E ela espera que aqueles que
dentre os filhos dos homens têm sido adotados como filhos de Deus se
manifestem. Porque os adotados de Deus também são impregnados de inconformismo.
Eles têm o EspÃrito de Deus dentro de si, que frutifica que os inspira que os
fazem sonhar com uma realidade que é segundo a vontade de Deus, e que é
completamente superior a atual ordem das coisas. É nessa esperança que os
filhos de Deus são salvos. E não somente eles, mas a própria natureza, pois
também está escrito: “Ouvi uma forte voz
que vinha do trono e dizia: “Agora o tabernáculo de Deus está com os homens,
com os quais ele viverá. Eles serão os seus povos; o próprio Deus estará com
eles e será o seu Deus. Ele enxugará dos seus olhos toda lágrima. Não haverá
mais morte, nem tristeza, nem choro, nem dor, pois a antiga ordem já passou”.
Aquele que estava assentado no trono disse: “Estou fazendo novas todas as
coisas!”E acrescentou: “Escreva isto, pois estas palavras são verdadeiras e
dignas de confiança”.” Ap 21.3-5. É nessa esperança que somos salvos. Nela
nós vivemos e nos movemos. Pois como diz o poeta: “Esperar em ti é sempre caminhar...”. E caminhar é também apontar
para uma direção especÃfica. É se concentrar num alvo. É viver hoje, sinalizando
profeticamente a manifestação dessa nova ordem, da redenção do nosso corpo, e
da glorificação de todas as coisas. Enquanto caminhamos, nossas fraquezas, por
certo, vão se tornando visÃveis. Mas nós caminhamos com o auxÃlio do EspÃrito
Santo, que também geme inexprimivelmente intercedendo por nós, de acordo com a
boa, agradável e perfeita vontade de Deus.
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