segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

E Encontrareis Descanso...


“Venham a mim, todos os que estão cansados e sobrecarregados, e eu lhes darei descanso. Tomem sobre vocês o meu jugo e aprendam de mim, pois sou manso e humilde de coração, e vocês encontrarão descanso para as suas almas. Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve”. Mt 11.28-30

O décimo primeiro capítulo do evangelho de Mateus começa com a descrição do episódio da dúvida de João, o Batista, a respeito do fato de Jesus ser o Cristo que os Judeus esperavam ou não, se eles deveriam esperar outro. A dúvida de João é fruto de sua visão sobre o ministério do Cristo de Deus. João esperava um Jesus com mão de ferro e poder de guerra suficiente para libertar seu povo de Roma em questão de dias, e não um Jesus manso, amigo de pecadores, que curava doentes e libertava loucos possessos.

“Jesus respondeu: “Voltem e anunciem a João o que vocês estão ouvindo e vendo: os cegos vêem, os aleijados andam, os leprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos são ressuscitados, e as boas novas são pregadas aos pobres; e feliz é aquele que não se escandaliza por minha causa””. Mt 11.4-6

A partir do vigésimo versículo, Jesus começa a denunciar as cidades que testemunharam seus milagres, mas mesmo assim não conseguiram reconhecer esses milagres como sinais do reino de Deus que ora era vindo no Messias. Faltava-lhes fé para isso.

“Ai de você, Corazim! Ai de você, Betsaida! Porque se os milagres que foram realizados entre vocês tivessem sido realizados em Tiro e Sidom, há muito tempo elas se teriam arrependido, vestindo roupas de saco e cobrindo-se de cinzas.” Mt 11.21

Por certo, assim como Jesus não parecia absolver João por sua falta de visão, com o risco deste, inclusive, perder-se no escândalo (“e feliz é aquele que não se escandaliza por minha causa”. Mt 11.6), também não absolvia os povos daquelas cidades. Jesus, na verdade, explana sobre a disposição do Pai em revelar as riquezas do reino aos pequeninos, aos humildes.

“Eu te louvo, Pai, Senhor dos céus e da terra, porque escondeste estas coisas dos sábios e cultos, e as revelaste aos pequeninos.” Mt 11.25.

O Propósito de Deus, sempre foi o de revelar-se ao homem, antes por meio da Lei e dos profetas, e ora por meio de seu Filho Jesus (Hb 1.1-3). Agora, a soberania quanto a quem revelar o Pai estava nas mãos de Jesus (“Todas as coisas me foram entregues por meu Pai. Ninguém conhece o Filho a não ser o Pai, e ninguém conhece o Pai a não ser o Filho e aqueles a quem o Filho quiser revelar.” Mt 11.27). E Jesus abriu o leque da graça mais uma vez. Ele disse, todos os que forem humildes para reconhecer seu cansaço, sua sobrecarga causada pelo pecado ou pelos percalços da vida, venham a mim. Esses próprios judeus aos quais Jesus falava, viviam sobrecarregados pelo jugo da Lei, do qual Pedro declarou: “nem nós nem nossos antepassados conseguimos suportar” At 15.10. É claro que Jesus não oferecia uma vida fácil, sem responsabilidades. Não! Jesus oferecia uma caminhada de retidão. Mas que não seria solitária. Seria sim, resultado de um relacionamento. Seria uma caminha a dois, e durante as trocas de passos, o peso seria aliviado pela compreensão da vida a partir dos olhos do próprio Jesus. Ter a visão de Jesus para caminhar faz toda a diferença. Se caminharmos com Jesus, mesmo quando passarmos pelo vale de trevas e morte, não precisamos ter medo algum, como disse Davi no Salmo 23. E passamos por trevas, por tempos sombrios de doenças, de perseguição, de incompreensão, de injustiça, de desonra e até de morte! Mas se nós estivermos com Ele, sua presença nos cobrirá sempre de esperança, porque Ele estará conosco. Quando a nossa relação com o Jesus das Escrituras Sagradas não é apenas nominal, nós sentiremos a dor quando ela nos abater, sentiremos a traição e a desonra quando delas formos vítimas, choraremos a morte quando ela nos sobrevier, mas nesses dias de sombras, seremos também mais humanos porque estaremos aprendendo com o Filho do Homem, que é a manifestação plena do sonho de Deus para a humanidade. Seremos mais maduros para entendermos que o que vemos não é tudo que há. Teremos a visão do eterno, que transcende as barreiras do aqui e do agora. Seremos, então, como disse o pastor Ed René Kivitz em Outra Espiritualidade, “mais capaz[es] de amar com a lucidez que escolhe as coisas mais excelentes e mais capaz[es] de enfrentar com dignidade toda e qualquer situação.”

“Venham a mim, todos os que estão cansados e sobrecarregados, e eu lhes darei descanso. Tomem sobre vocês o meu jugo e aprendam de mim, pois sou manso e humilde de coração, e vocês encontrarão descanso para as suas almas. Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve”. Mt 11.28-30

Que a graça de Jesus nos alveje com a fé e com a disposição necessária para nos arrependermos hoje, de escolhermos andar por conta própria nossa caminhada diária. Que aprendamos do Senhor, para sermos mansos e humildes perante as circunstâncias da vida. Que aceitemos o seu convite para a intimidade de um relacionamento que nos faça caminhar aqui com os olhos não apenas aqui, mas principalmente no além, de onde viemos e para onde voltaremos.

Porque o seu jugo é suave e seu fardo é leve, a ele a glória.

Nenhum comentário:

Postar um comentário